Regionalização, caminho para o desenvolvimento do turismo brasileiro

Durante o evento “PRT em Ação” em Campina Grande, Ana Carla Moura destacou a importância da governança, da descentralização e da gestão integrada como pilares para fortalecer o turismo nacional

A regionalização do turismo tem se consolidado como uma das estratégias mais importantes para o desenvolvimento equilibrado dos destinos brasileiros. Ao fortalecer as instâncias de governança, ampliar a participação social e descentralizar a gestão, o Ministério do Turismo busca transformar o setor em um verdadeiro instrumento de inclusão e sustentabilidade.

É com esse propósito que o evento nacional “PRT em Ação: Mapa do Turismo Até Você” reúne, em Campina Grande (PB), nesta segunda (13) e terça (14), gestores públicos, representantes das Instâncias de Governança Regionais (IGRs), conselhos municipais, acadêmicos e profissionais do setor, consolidando a Paraíba como referência no debate sobre políticas públicas descentralizadas.

No evento, a Coordenadora-Geral de Definição de Áreas Estratégicas para o Desenvolvimento do Turismo do MTur, Ana Carla Fernandes Moura, concedeu entrevista exclusiva ao Minuto Turismo, destacando o papel do Programa de Regionalização do Turismo (PRT) como ferramenta de gestão estratégica e de desenvolvimento sustentável para os destinos brasileiros.

Entrevista – Ana Carla Moura

Minuto Turismo: Ana Carla, para que o público entenda melhor o seu trabalho: qual é exatamente o papel da Coordenação-Geral de Definição de Áreas Estratégicas para o Desenvolvimento do Turismo dentro do Ministério do Turismo, e como essa atuação se conecta ao Programa de Regionalização do Turismo (PRT)?

Ana Carla Moura:
A nossa coordenação tem como principal competência a gestão do Programa de Regionalização do Turismo, além de monitorar as governanças do Sistema Nacional de Turismo. Trabalhamos também para dar transparência aos dados e informações sobre a atividade turística nos destinos e municípios do Mapa do Turismo Brasileiro.
Outra atribuição importante é acompanhar o impacto econômico do turismo em cada município, por meio da categorização, que mostra o desempenho e a evolução dos destinos. Paralelamente, atuamos no incentivo à participação social e à formulação de planos municipais e regionais de turismo, o que amplia a força da governança local.

Minuto Turismo: O evento “PRT em Ação: Mapa do Turismo Até Você” mostra o compromisso do MTur com a descentralização das políticas públicas. Quais são hoje os principais desafios para implementar a regionalização do turismo nos municípios mais distantes ou com menor estrutura técnica e institucional?

Ana Carla Moura:
Desde a Lei Geral do Turismo, o Brasil trabalha com uma gestão descentralizada e compartilhada. O PRT em Ação é um exemplo disso: é um projeto nacional, mas que acontece em parceria com as secretarias estaduais de turismo, por meio dos interlocutores estaduais.
Nossa meta é fazer com que as informações, as capacitações e os instrumentos de gestão cheguem também às regiões turísticas e aos municípios, com o apoio das instâncias de governança regionais (IGRs).
Aqui na Paraíba, por exemplo, vimos a presença de presidentes de IGRs, conselheiros municipais, estudantes e professores, o que reforça esse modelo participativo e integrado.

Minuto Turismo: Quando o MTur define as áreas estratégicas para o desenvolvimento do turismo, quais critérios são mais determinantes: os técnicos, como infraestrutura e atrativos, ou os socioeconômicos, ligados à geração de emprego e inclusão regional?

Ana Carla Moura:
A priorização acontece com base nos instrumentos do PRT, principalmente o Mapa do Turismo Brasileiro e a categorização dos municípios. Essas ferramentas nos orientam na distribuição dos recursos do Ministério, seja para infraestrutura, capacitação, eventos ou outras demandas locais.
Além dos aspectos técnicos, consideramos também o impacto social e econômico, o número de pessoas qualificadas e o grau de envolvimento das comunidades locais. Nosso olhar vai além do turismo como atividade econômica, ele é um fator de desenvolvimento e qualidade de vida.

Minuto Turismo: No caso específico da Paraíba, como se dá a articulação entre Estado, municípios e as instâncias de governança para garantir que as ações previstas, como oficinas, remapeamento e certificação no SISMAPA, resultem em avanços concretos para o turismo local?

Ana Carla Moura:
Trabalhamos de forma integrada entre governo federal, estadual, instâncias regionais e municípios. Cada esfera tem um papel essencial.
As instâncias de governança articulam as ações nas regiões, enquanto os conselhos municipais de turismo garantem a representatividade local. Essa rede descentralizada nos permite acompanhar e monitorar o avanço das políticas públicas, fortalecendo o turismo como vetor de desenvolvimento sustentável.

Minuto Turismo: Olhando para os próximos anos, quais são os principais indicadores ou metas que o MTur pretende usar para medir o impacto do PRT na Paraíba, tanto em termos de fluxo turístico quanto de fortalecimento das regiões e geração de renda?

Ana Carla Moura:
O Plano Nacional de Turismo (2024–2027) estabelece metas para todas as áreas do MTur. No caso da regionalização, trabalhamos para ampliar o número de governanças ativas, conselhos municipais atuantes e profissionais capacitados.
Uma das metas é alcançar 400 municípios turísticos em quatro anos, número que já superamos, o que demonstra o avanço do programa. Também buscamos mensurar o impacto social e econômico das ações, verificando se o turismo está realmente melhorando a qualidade de vida das pessoas.
Além dos dados do MTur, utilizamos informações de outras fontes, como o IBGE, para entender o comportamento do setor e o desenvolvimento das regiões.

Ao encerrar a entrevista, Ana Carla Moura reforçou que o Programa de Regionalização do Turismo é mais do que uma política pública; é uma ferramenta de gestão compartilhada que fortalece as identidades regionais, amplia a participação social e transforma o turismo em vetor de inclusão e desenvolvimento sustentável.
Em suas palavras, “o mapa e a categorização nos permitem enxergar o Brasil do turismo em movimento, com dados, governança e participação social”.

Ana Macêdo

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