Sítio arqueológico do Ingá é reconhecido como Monumento Natural e marca novo capítulo do turismo na Paraíba

Um dos maiores patrimônios arqueológicos do Brasil acaba de conquistar uma nova etapa de valorização. O governador da Paraíba João Azevêdo assinou nesta quarta-feira (08) o decreto que cria o Monumento Natural Itacoatiaras do Ingá, transformando o emblemático sítio arqueológico do Agreste paraibano em uma Unidade de Conservação de Proteção Integral. Com a medida, o espaço passa a integrar o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), assegurando proteção ambiental e patrimonial para uma das maiores expressões da arte rupestre das Américas

Com área total de 44 hectares, o Monumento Natural contará com obras de infraestrutura orçadas em R$ 29,3 milhões, destinadas à criação de centro de recepção e exposição, salas de pesquisa, laboratório, restaurante, alojamentos e áreas voltadas à educação ambiental e ao turismo sustentável.
Segundo o governador, o projeto representa um marco na história da conservação e do turismo na Paraíba. “Essa é uma intervenção grandiosa que vai transformar o Monumento Natural em um destino turístico nacional e internacional, com toda a infraestrutura necessária e preservação garantida”, afirmou Azevedo.

Entre os principais objetivos da nova unidade estão preservar o sítio arqueológico, conservar a biodiversidade, proteger trechos do Rio Ingá e estimular a pesquisa científica e a educação ambiental, além de promover o turismo ecológico e cultural com foco na sustentabilidade.

Um patrimônio de mistério e beleza milenar

As Itacoatiaras do Ingá, conhecidas popularmente como Pedra do Ingá, são um verdadeiro enigma da arqueologia brasileira. O nome vem do tupi e significa “pedra pintada”. A formação rochosa, localizada a cerca de 109 km de João Pessoa, ocupa aproximadamente 250 m², com um paredão vertical de mais de 50 metros de comprimento e 3 metros de altura, repleto de inscrições e gravuras rupestres que intrigam estudiosos há séculos.

As figuras entalhadas na rocha retratam animais, constelações, frutas e formas humanas, mas seu significado permanece um mistério. Algumas teorias sugerem que poderiam representar ensinamentos ancestrais, mapas estelares ou até contatos com civilizações de outras regiões.
Tombada como Monumento Nacional pelo IPHAN desde 30 de novembro de 1944, a Pedra do Ingá é o primeiro sítio arqueológico brasileiro protegido por lei, o que reforça sua importância histórica e simbólica.

Turismo, ciência e educação caminhando juntos

Hoje, o sítio arqueológico é um dos destinos mais visitados da Paraíba, atraindo tanto turistas curiosos pelos mistérios da pré-história quanto pesquisadores e arqueólogos interessados em decifrar seus registros milenares. O local abriga ainda o Museu de História Natural de Ingá, onde são exibidos fósseis, utensílios indígenas e achados arqueológicos da região, compondo um roteiro que une ciência, cultura e natureza.

Com o novo status de Monumento Natural, a expectativa é que o destino se consolide no mapa do turismo sustentável e científico do Nordeste, estimulando a economia local e promovendo uma experiência única de conexão com a história da humanidade.

Ana Macêdo

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