Viajar sempre foi sinônimo de descoberta, mas agora, com a evolução da tecnologia, podemos conhecer o mundo muito antes de embarcar. A Realidade Virtual (RV) e a Realidade Aumentada (RA) já estão transformando profundamente como planejamos, vivenciamos e compartilhamos nossas experiências de viagem. E eu confesso: é fascinante perceber como essas ferramentas estão remodelando o turismo.
Antes de mergulhar nos impactos no setor, é importante entender essas tecnologias. A Realidade Virtual cria um ambiente totalmente digital, imersivo, acessado com dispositivos como óculos VR. Já a Realidade Aumentada sobrepõe elementos digitais ao mundo real, geralmente por meio da câmera do smartphone. Ambas oferecem experiências enriquecedoras, cada uma ao seu modo.
Com a RV, podemos literalmente passear pelas ruas de Roma, visitar museus de Paris ou sobrevoar as montanhas do Chile sem sair do sofá. Essa possibilidade tem mudado o comportamento dos viajantes. Ao testar uma experiência antes da compra, criamos um vínculo emocional com o destino, o que ajuda (e muito!) na decisão da viagem.
Outro ponto que me chama a atenção é como essas tecnologias tornam o planejamento mais eficiente. Podemos conhecer os quartos do hotel, verificar a vista da sacada, explorar as opções de lazer e até simular o clima local. Isso reduz frustrações e evita aquelas decepções clássicas de quando a realidade não corresponde às fotos do site.
Para quem trabalha com turismo, como eu, é inevitável não se encantar com o potencial dessas tecnologias para o marketing. Uma experiência imersiva é muito mais impactante do que uma simples imagem. Destinos turísticos estão criando tours virtuais personalizados que encantam e envolvem, despertando o desejo de visita com muito mais eficiência.
Em uma das edições da Femptur, feira de turismo realizada em Natal, vivi uma experiência com a realidade virtual: mergulhei nas profundezas do oceano e nadei ao lado de tartarugas marinhas. Tudo isso sem sair do lugar. A sensação de imersão foi tão real que parecia que eu estava mesmo, no fundo do mar. Esse tipo de vivência tem se tornado cada vez mais comum nas feiras e eventos de turismo, enriquecendo o portfólio de experiências oferecido aos profissionais do setor.
Um dos aspectos mais nobres da RV é a possibilidade de tornar o turismo mais inclusivo. Pessoas com mobilidade reduzida ou outras limitações físicas podem agora conhecer pontos turísticos de forma segura, confortável e emocionalmente significativa. Isso é algo que emociona e amplia o conceito de turismo para todos.
Chegando ao destino, a RA e a RV continuam presentes. Imagine visitar um sítio arqueológico e, com um óculos ou app, ver reconstruções históricas em tempo real. Ou apontar seu celular para uma construção e receber informações, curiosidades e sugestões personalizadas. Isso já é real em muitos lugares.
A RV também está mudando como compartilhamos nossas viagens. Gravações em 360º permitem que amigos e familiares “viajem” conosco. E para quem trabalha com criação de conteúdo, é uma nova maneira de inspirar e conectar pessoas.
Marcas como Marriott, First Airlines e Visit Wales já usam a RV como estratégia de experiência e marketing. Hotéis oferecem passeios virtuais detalhados, companhias aéreas simulam voos e destinos inteiros estão criando imersões que misturam cultura, história e emoção.
Com a integração da Inteligência Artificial e da Internet das Coisas, a previsão é que essas tecnologias se tornem ainda mais sofisticadas. A personalização da experiência do viajante, do início ao fim, está cada vez mais próxima.
Eu estou empolgada com as possibilidades que essas ferramentas abrem para o turismo. Elas não substituem a satisfação de estar em um novo lugar, mas com certeza potencializam cada etapa da jornada. Afinal, viajar começa muito antes da partida, e agora podemos sentir isso literalmente na pele.
Ana Macêdo